2012

Williams & Fujimoto, Huang, Puliafito, Schuman, Swanson

Williams & Fujimoto, Huang, Puliafito, Schuman, Swanson

O Prémio António Champalimaud de Visão 2012, premiou o desenvolvimento de duas novas abordagens para visualizar a retina em pessoas saudáveis e doentes. Estas técnicas deram nova luz ao estudo das questões fundamentais acerca da estrutura da retina enquanto simultaneamente ajudaram a desvendar os mecanismos da doença ocular e a melhorar a monitorização dos resultados clínicos alcançados. Uma primeira abordagem, a Tomografia de Coerência Ótica (OCT, do inglês Optical Coherence Tomography) foi desenvolvida através da conjugação de métodologias de ótica (interferometria de baixa coerência) dos investigadores americanos James Fujimoto David Huang e Eric Swanson, com a respetiva aplicação na clínica ocular feita por Carmen Puliafito e Joel Schuman. Ao visualizar a retina humana com grande resolução, o OCT já possibilitou uma melhoria significativa no processo de diagnóstico assim como no tratamento clínico.

A segunda abordagem, baseia-se nas tecnologias de ótica adaptativa (AO, do inglês Adaptive Optics), inicialmente desenvolvidas por astrónomos para ver através de anómalias atmosféricas. David Williams criou uma aplicação oftalmológica da AO que permite ver com grande nitidez as células da retina através da correção de imperfeições óticas naturais que ocorrem no cristalino e córnea, possibilitando a visualização e quantificação dos cones fotorrecetores da retina.

Esta tecnologia representa um avanço dramático na nossa capacidade de avaliar os componentes celulares da retina, que eram até aqui um aspeto condicionante da resolução visual. A visualização não invasiva de células-cone individuais, ao longo de semanas, meses e anos, está a conduzir a novas descobertas sobre as alterações da retina causadas por envelhecimento e doença.

Estas duas técnicas de visualização da retina - OCT e AO - já contribuiram com importantes informações no que diz respeito à estrutura dos olhos dos doentes (em vida). A sua utilização, na saúde e na doença, permitiu igualmente desvendar aspetos até agora desconhecidos relativos à maleabilidade da retina humana. Estão por isso a alterar profundamente a prática médica oftalmológica bem como a forma de controlo do envelhecimento e doença ocular.

As características de visualização destas duas técnicas, isoladamente ou em conjunto, são uma promessa para a construção de imagens tridimensionais de células vivas, que resultarão em avanços notáveis ao nível da investigação e cuidados clínicos.

2012: Williams & Fujimoto, Huang, Puliafito, Schuman, Swanson
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