25 Janeiro 2023

Check Up #11 - Radiologia, radiologia de intervenção e medicina nuclear

Quais são as diferenças, em oncologia?

Check Up #11 - Quais são as diferenças entre radiologia, radiologia de intervenção e medicina nuclear do cancro?

Na área da radiologia oncológica, a tomografia computadorizada (TAC) e a tomografia por emissão de positrões (PET) são duas ferramentas de diagnóstico muito utilizadas para obter imagens dos tecidos no interior do corpo de forma a detectar o cancro.

A TAC fornece imagens detalhadas, estáticas, dos órgãos e dos tecidos internos do corpo. Isso é suficiente para ver uma imagem do tumor, mas nem sempre permite distinguir a fronteira precisa entre os tecidos benignos e malignos.

A PET, pelo seu lado, exige a injecção prévia de uma pequena dose de um marcador radioactivo – especificamente, glucose radioactiva. Uma vez que a glucose é mais facilmente absorvida pelas células cancerosas do que pelas células saudáveis, a radioactividade acumula-se no interior das células tumorais. Isto permite obter imagens muito mais definidas da localização dessas células, como também determinar, durante um tratamento, se o tumor encolheu de uma PET para a seguinte – ou seja, se o tratamento está a ser eficaz. 

Hoje em dia, TAC e PET são realizadas conjuntamente, de forma a permitir a sobreposição das imagens de PET à anatomia precisa do doente, fornecida pelas imagens de TAC. Ainda outras imagens, provenientes da imagiologia por ressonância magnética (IRM), que recorre a campos magnéticos e não a raios X (não sendo portanto radiológica no sentido estrito da palavra), podem vir complementar as imagens de PET. 

A radiologia não é apenas uma ferramenta de observação. Também pode ser “de intervenção”, servindo de guia a intervenções cirúrgicas sem recorrer à cirurgia aberta. A radiologia de intervenção “consiste em procedimentos minimamente invasivos que, sob orientação das imagens obtidas pelas diferentes técnicas radiológicas, permitem realizar actos diagnósticos como biópsias guiadas ou tratamentos dirigidos para a destruição localizada de tumores, ou ainda a administração intra-arterial ou intratumoral de medicamentos activos na destruição de células cancerosas”, lê-se no site da Fundação Champalimaud.

Como já referido, o que distingue a CAT da PET é a introdução, durante o segundo destes procedimentos radiológicos, de uma substância radioactiva no organismo do doente. Como tal, a PET é uma ferramenta de medicina nuclear, a especialidade médica que utiliza compostos radioactivos (radiofármacos) para diagnosticar e tratar doenças. 

As modalidades terapêuticas da medicina nuclear utilizam medicamentos conjugados com substâncias radioactivas que vão actuar nos locais de absorção desses medicamentos. Por exemplo, o iodo radioactivo, utilizado no tratamento do cancro da tiróide, concentra-se nas células da glândula tiróide porque este é praticamente o único órgão do corpo que precisa de iodo. A seguir, a radioactividade pode então destruir as células cancerosas.

Fontes

https://www.fchampalimaud.org
https://www.cancerresearchuk.org
https://www.nibib.nih.gov/
https://www.cancer.org/
https://www.cancer.net/
https://www.cancer.gov/

Por Ana Gerschenfeld, Health & Science Writer da Fundação Champalimaud.
Revisto por: Professor António Parreira, Diretor Clínico do Centro Clínico Champalimaud.
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