Semana Internacional do Cérebro 2022

Depois de uma longa espera, este ano, os investigadores do Champalimaud Research puderam finalmente celebrar a Semana Internacional do Cérebro da forma como mais gostam - a fazer ciência com  os mais jovens! As atividades decorreram ao longo de dois dias, primeiro numa escola na Amadora e depois no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa. 

Na escola EB 2,3 Prof. Pedro D'Orey da Cunha, era possível ouvir as vozes das crianças, mesmo do lado de fora do edifício, com muitos “Uhhs!” e “Ahs!” em uníssono. Mais parecia que estavam a assistir a um espetáculo de magia, mas não, na realidade estavam maravilhados com uma apresentação científica recheada de vídeos de neurónios a “piscar” e ratinhos a jogar às escondidas com os investigadores. 

Depois das apresentações de abertura, foi a vez de "pôr as mãos na massa” e passar à prática, com os 80 alunos do quarto ano a percorrerem as várias estações científicas onde puderam aprender sobre robôs, como registar a atividade dos seus próprios músculos ou recolher o ADN de uma banana.

Uma vez que algumas das atividades foram pensadas por membros da equipa do projeto “Ciência nas Paredes” - uma iniciativa que tira partido do poder da arte urbana - o evento contou também com algumas estações menos tradicionais onde a arte e a ciência se misturavam. Numa destas estações as crianças podiam desenhar por cima de brilhantes imagens cérebros de moscas-das-frutas projetadas nos muros da escola, noutras usar spray para pintar coloridos papéis com stencils de ADN, neurónios e robôs.

Na atividade que decorreu no Pavilhão do Conhecimento, 50 alunos dos segundo e quarto anos exploraram os sentidos. Depois de ficarem a saber como um animal sem orelhas  consegue ouvir e de descobrirem que o nosso cérebro tem um mapa sensorial, foi o momento de pôr os narizes a indagar! 

Como é que o cérebro associa cheiros a lugares? 
Divididas em grupos, as crianças (e os professores curiosos!) cheiraram cinco odores diferentes e, sem verem o que estavam a cheirar, tinham que responder a duas perguntas: Que cheiro é este? E para onde é que ele vos transporta? 

Alguns foram muito fáceis de identificar, como o álcool. Curiosamente, foi um cheiro que evocou associações a lugares muito diferentes nos adultos e nas crianças. Para os adultos, era definitivamente o cheiro de um hospital, ou da toma de uma vacina, enquanto que para as crianças este era com toda a certeza o cheiro da sua escola... ou mesmo aquele cheiro que está praticamente em todo o lado. Outros cheiros foram mais difíceis de identificar, como o da canela e da baunilha, mas neste caso associá-los a um lugar revelou-se uma tarefa muito fácil: “cheira à confeitaria da minha rua!”. Era hora do almoço. E eles estavam todos cheios de fome, talvez esse facto tenha contribuído para esta rápida associação!

As atividades foram concebidas e realizadas por este conjunto de pessoas generosas:

Abel Sagodi
Ana Beatriz Machado
Catarina Ramos
Charlie Rosher
Cindy Poo 
Daniela Pereira
Hedi Young
Inês Laranjeira 
João Cruz
João Frazão
Laura Ward
Liad Hollender
Margarida Brotas
Margarida Pinto
Rory Beresford
Saheli Roy

Por Liad Hollender, Science writer e editora da Equipa de Comunicação, Eventos e Outreach do CC & Catarina Ramos, Co-coordenadora da Equipa de Comunicação, Eventos e Outreach do CC.