Estas três instituições destacam-se pela sua atuação complementar e abrangente, que ao longo de décadas tem promovido a saúde ocular e reduzido o peso da deficiência visual, especialmente nas regiões mais desfavorecidas do planeta.
Lions Clubs International Foundation (LCIF)
A LCIF, através do programa SightFirst, lançado em 1990, possibilitou que mais de 544 milhões de pessoas tivessem acesso a cuidados de oftalmologia em todo o mundo. Com o envolvimento direto de membros dos Lions, profissionais de saúde e parceiros comunitários, o programa possibilitou ainda a formação de mais de 2,6 milhões de profissionais de saúde ocular e fomentou a construção e equipamento de mais de 1.700 centros oftalmológicos, representando um esforço único de mobilização global para a restauração da visão. O SightFirst está presente em 118 países e já permitiu realizar mais de 9 milhões de cirurgias às cataratas, prevenindo a perda grave da visão a 30 milhões de pessoas e melhoria dos serviços de cuidados oftalmológicos para centenas de milhões em todo o mundo. Só em 2024, a partir deste programa, foram realizadas mais de 10 500 cirurgias e examinadas cerca de 54 000 pessoas.
International Agency for the Prevention of Blindness (IAPB)
Com um trabalho de 50 anos, a IAPB assume-se como uma plataforma de liderança global para a saúde ocular, congregando mais de 250 organizações-membro em mais de 100 países, entre governos, instituições académicas e profissionais de saúde. A IAPB destaca-se pelo trabalho estratégico de advocacia, definição de políticas e promoção de parcerias, desempenhando um papel determinante na definição da agenda global e na melhoria sistémica dos cuidados de saúde ocular. O crescimento de 66% nos últimos 10 anos reflete o seu papel determinante. Entre as iniciativas mais recentes, destaca-se a criação de diretrizes padrão para Programas Abrangentes de Saúde Ocular Escolar, que já beneficiaram 700 milhões de crianças em todo o mundo.
Fred Hollows Foundation
A The Fred Hollows Foundation, criada em 1992 e enraizada no trabalho pioneiro do oftalmologista e humanitário Fred Hollows, tem proporcionado cuidados restauradores de visão às comunidades mais marginalizadas. A fundação destaca-se pela proximidade e respeito nas suas parcerias, nomeadamente com comunidades aborígenes australianas, povos das Ilhas do Estreito de Torres e diversos países do Pacífico, capacitando um vasto leque de profissionais e fortalecendo sistemas nacionais de saúde. Em 33 anos, a instituição apoiou mais de oito milhões de pessoas, devolveu a visão a mais de 3 milhões, e operou mais de 550 mil. Adicionalmente, a instituição distribuiu 178 mil pares de óculos e formou mais de 66 mil pessoas, desde especialistas de saúde de comunidades locais a professores e cirurgiões. A The Fred Hollows Foundation está presente em mais de 25 países na Ásia, África e Oceania.
Prémio António Champalimaud de Visão 2025
Num esforço conjunto, estas três organizações, com diferentes modelos de intervenção - da mobilização de base à transformação de sistemas de saúde e influência em políticas globais - provocaram um impacto profundo e mensurável no combate à cegueira evitável. O Prémio António Champalimaud de Visão 2025 reconhece e celebra a dedicação continuada, a complementaridade de estratégias e a liderança destas organizações na promoção da saúde ocular global, como instrumentos de esperança, equidade e dignidade para centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.
Sobre o Prémio António Champalimaud de Visão
Criado em 2006 pela Fundação Champalimaud, o Prémio António Champalimaud da Visão reconhece contribuições notáveis tanto para o alívio do sofrimento relacionado com a visão em todo o mundo como para a investigação científica de ponta na área da visão e oftalmologia. Atribuído anualmente, o prémio alterna o seu foco: nos anos pares, homenageia descobertas científicas inovadoras na compreensão e/ou preservação da visão; nos anos ímpares, distingue organizações inovadoras e iniciativas colaborativas que tiveram um impacto transformador na prevenção da cegueira e da deficiência visual, particularmente em regiões de rendimento baixo e médio. Com um valor monetário de 1 milhão de euros, é o maior prémio na área da visão, trazendo reconhecimento internacional aos premiados cujo trabalho combina excelência científica, impacto global na saúde e um compromisso com a equidade na visão. A cerimónia de entrega do prémio realiza-se todos os anos em setembro, no Centro Champalimaud, em Lisboa, Portugal, onde líderes nacionais e mundiais se reúnem para celebrar as conquistas dos premiados.
